PESSOAS SONOLENTAS SÃO MAIS PROPENSAS A CONSUMIR JUNK FOOD

Quanto maior o nível de sonolência durante o dia maior a dificuldade em resistir a alimentos com alto teor calórico, aponta pesquisa americana que descobriu mais uma relação entre sono e obesidade. O resultado do estudo, apresentado no encontro da Associação das Sociedades Profissionais Relacionadas ao Sono, em Minneapolis (EUA), complementa pesquisas que relacionam a privação de sono à obesidade.

Foram avaliados os comportamentos de 12 adultos entre 19 e 45 anos de idade. Aqueles que sentiam sonolência diurna apresentaram uma queda na ativação da região cerebral que inibe o comportamento (o córtex pré-frontal) ao observarem fotos de alimentos de alto teor calórico – como hambúrgueres, batatas fritas, pizzas, bolos e sorvetes – em comparação a imagens de alimentos mais saudáveis e menos calóricos.

A explicação, segundo um dos pesquisadores, é que quando estamos sonolentos, são poucas as chances de conseguirmos controlar o quanto comemos. Possivelmente somos atraídos por alimentos menos saudáveis. De acordo com um deles, alimentos ricos em gordura, com alto teor calórico, oferecem uma injeção de energia imediata, mas que não se mantém, fazendo com que as pessoas sonolentas se sintam atraídas por este tipo de alimentos.

A equipe de pesquisa observou a atividade no córtex pré-frontal através de exames de ressonância magnética funcional. A sonolência diurna foi medida por uma escala padrão que marca a frequência com que o indivíduo cochila em determinadas situações, como ao ler ou assistir TV.

Nenhum dos participantes do estudo sofria de transtornos de sono e todos eles se encaixavam em um padrão normal de sono. Entretanto, quanto mais sonolento o participante, menor a resposta cerebral às imagens de alimentos altamente calóricos. Os participantes mais sonolentos também se mostraram mais propensos à fome. A equipe pretende expandir o estudo para verificar se os resultados se mantêm em um grupo maior de participantes e como a privação de sono afeta a prática regular de atividades físicas.

A pesquisa também representa mais uma peça no quebra-cabeça da relação entre sono e peso corporal. Essa é a opinião de Shelby Freeman Harris, diretora do Programa de Medicina Comportamental do Sono do Centro de Transtornos do Sono do Centro Médico Montefiore, de Nova York (EUA). “Já sabemos que quando não dormimos o suficiente, nossas taxas hormonais são afetadas. Agora vemos que a privação de sono pode também afetar a habilidade de resistir a alimentos calóricos”, disse ela.

Fonte: IG Saúde



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