COMPARTILHAR CAMA COM BEBÊ PODE AUMENTAR RISCO DE MORTE SÚBITA

Estudo britânico da London School of Hygiene and Tropical Medicine revela que dividir a cama com recém-nascidos aumenta em cinco vezes o risco da criança ser vítima de morte súbita. A também chamada de Síndrome da Morte Súbita do Lactante (SMSL) é responsável por um grande número de óbito entre bebês com menos de um ano. Apesar de inúmeros estudos, os especialistas ainda não conseguiram uma explicação para o fenômeno. Acredita-se que a junção de diversos fatores contribua para que a respiração do bebê seja alterada, o que o leva a morrer durante o sono.

O novo estudo não explicou o mecanismo que leva à morte. Mas concluiu que os riscos quintuplicam quando o bebê dorme na cama com os pais. Também coloca em dúvida o consenso que existia entre os médicos ingleses de que apenas os pais que fumam, bebem ou consomem algum tipo de droga não deveriam dormir com os recém-nascidos.  O aumento do risco de morte súbita foi constatado também entre os pais sem nenhum tipo de vício. Portanto, a recomendação dos pesquisadores envolvidos é para que bebês com menos de três meses de idade não durmam entre adultos.

Apesar de não se saber ao certo o que causa a morte do bebê, a associação entre morte e compartilhamento da cama é estabelecida por meio de comparações estatísticas. Os especialistas confrontaram casos de mortes, com ou sem dividir a cama, a outros onde os bebês sobreviveram ao primeiro ano de vida, compartilhando ou não o leito, com os pais. Os pesquisadores ainda citaram vários fatores que podem levar à SMSL. Entre eles, obstruções respiratórias, inalação de gases expirados e superaquecimento – que também pode provocar a liberação de toxinas letais.

Há casos ainda em que os pais acidentalmente podem sufocar a criança enquanto dormem. Mas incidentes como esses são difíceis de ser comprovados, seja porque ocorreram durante o sono ou porque dependem da admissão de culpa pelos pais. Segundo o cálculo dos estudiosos, 120 das 300 mortes resultantes da SMSL que ocorrem na Grã-Bretanha anualmente poderiam ser evitadas. Em um quinto dos casos analisados (323 casos), um ou ambos os pais estavam dormindo com o bebê no momento da morte. Destes, 87,7% das mortes foram diretamente associadas ao fato de a criança estar na cama com os pais. A porcentagem de mortes atribuídas ao compartilhamento da cama subiu para 89,5% entre bebês com menos de três meses de idade.

Sem consenso – A orientação atual na Grã-Bretanha é de que os pais devem decidir onde o bebê dorme. No entanto, as autoridades de saúde do país aconselham que a opção mais segura é colocar o bebê para dormir em um berço no quarto dos pais. Outros países, como os Estados Unidos e a Holanda, são mais taxativos: os pais não deveriam compartilhar a cama com o bebê durante os três primeiros meses de sua vida, dizem as autoridades de saúde locais.

Entrando no debate, a divisão britânica do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) manifestou preocupação com esse tipo de orientação. Para a entidade, sugerir que pais evitem a todo custo compartilhar a cama pode levá-los a adotar práticas mais perigosas – como amamentar o bebê em poltronas ou sofás, onde os riscos de sufocar o bebê são ainda mais altos.

Fonte: UOL 



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